Saturday, January 07, 2023

4 reais

 


Essa foto foi publicada num grupo do Facebook. São as contas do orçamento de um dos membros. E refletem a realidade de muitos brasileiros. Brasileiros que eu vou chamar de privilegiados, já que muitos vivem com muito menos do que isso.

Nos comentários alguém aponta que o problema é o gasto com energia. Sim, num salário conjunto de R$2408,00, o problema, aparentemente, é a conta de luz! Não é o fato de um casal ter que viver com essa renda, não é o fato de contas comprometerem a renda completa do casal. O problema é o gasto de energia. É do usuário e não do sistema. É isso mesmo?

Vamos continuar culpando a vítima? A pessoa que faz o que pode trabalhando para botar menos de R$3000 em casa? Vamos continuar achando que o problema é do trabalhador que rala sem poder comprar uma simples novalgina no mês para aliviar as dores do corpo que tanto trabalhou?

Será que não é hora de começar a pensar que o problema está em uma pessoa ganhar tão pouco que não consegue ter um mínimo de folga no orçamento para comprar um remédio para um simples resfriado?

Qual a consequência direta que eu consigo pensar e que afeta todos nós?

Uma pessoa que não tem o dinheiro para um remédio de dor de cabeça, se ficar gripado, uma simples gripe mesmo, terá que recorrer a um posto de saúde, encarar uma fila, ver um médico que passe uma receita para que essa pessoa possa aliviar uma simples dorde cabeça de um simples resfriado, que poderia ser sanado sem ocupar o sistema de saúde público já tão sobrecarregado.

E, se você for do tipo que acha que isso não faz diferença para você que tem um bom plano de saúde, veja bem, se essa pessoa for sua funcionária, o que seria um funcionário medicado trabalhando, é um funcionário que vai faltar ao trabalho por conta de uma simples dor de cabeça já que, no lugar de comprar um analgésico simples, tomar, e ir trabalhar, ele vai precisar tirar um ou dois dias em fila de atendimento para conseguir se medicar.

Simples parece ser a palavra de ordem... simples... tudo o que essa imagem não é!

Até quando?


PS - tenho ciência de que o cálculo está errado, mas tb tenho ciência de que não estão incluídos na lista (falta, por exemplo, transporte), então fica o elas por elas e é iss, no final sobra nada...

Wednesday, January 04, 2023

Alívio e leveza

 Hoje acordei com a sensação de leveza. Custei a me dar conta do motivo, mas, ouvindo o noticiário no rádio percebi que era a ausência de notícias aberrantes sobre o governo. 
Não sou petista, muito menos fã de Lula. Não sei se ele é culpado do que o acusam ou não, tenho minhas suspeitas, mas são isso, suspeitas. Não sou advogada, nem juiza, e não tenho como decidir de fato. Mas, não sou fã dele e tenho minhas suspeitas fortes sobre o que ele já fez. 
Mas fica o fato de que roubalheira por roubalheira, acabo preferindo a roubalheira que não me agride diariamente em tudo que acredito e em tudo que quero que meus filhos acreditem.
São 4 dias que não ouço notícia de presidente ou ministro fazendo declaração aberrante sobre essa ou aquela minoria. Pelo contrário, ouvi um emocionante discurso de Sílvio Almeida, assumindo o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, onde ele enumerou, como um mantra, a importância e o valor de cada cidadão brasileiro. Não houve menino de azul ou menina de rosa, e sim um sonoro TODO CIDADÃO TEM SEU VALOR E IMPORTÂNCIA NA NOSSA SOCIEDADE. E, sim, isso me trouxe uma leveza ao coração.
Seguirei oposição a tudo que é corrupto, a toda falta de ética política, de esquerda ou direita (ou centrão). Sou oposição consciente a toda a classe política. Sempre questionarei, sempre cobrarei. Mas, dessa vez, sem ter que me preocupar com o que o governo está tramando contra grupos de amigos que não se enquadram no padrão moral do presidente e sua corte. 
Assim, segue o baile vigilante, mas satisfeito em saber que meus amigos, que conjugam suas vidas com seja quem fora, poderão continuar se considerando uma família independente de sua configuração. 

Monday, January 02, 2023

Quase 10 anos mais tarde

 Decidi reativar meu blog. Foram quase 9 anos sem encostar nele e, hoje, fui reler algumas coisas e lembrei do quanto eu gostava de escrever aqui.
Muita coisa que eu pensava, não penso mais ou penso um pouco diferente, então, tenham paciência já que são 9 anos de amadurecimento, de vida que mudou tanto.
E, foi dada a largada, passo a blogar de novo (sem nem sabe se as pessoas ainda lêem blogs, mas, dane-se, é para o meu exercício de pensamento, quem quiser ler, seja bem vindo!)